PERSONALIDADE:
Dilara é uma mulher decidida e prática, moldada pelos anos de uma vida pobre, seguidos por uma vida escrava. É bem-humorada, gentil, geniosa e sagaz. Sensata na maioria das vezes, ostenta um carisma e um sorriso marcantes. Intensa, leal, ligeiramente impetuosa e ambiciosa, mantêm suas convicções e o amor pelos costumes de sua terra natal. Ciumenta, apegada e vingativa, não mede esforços para conquistar aquilo que deseja ou para defender os interesses da casa à qual serve fielmente. Sabe usar seu charme e curvas como ninguém, embora não tenha paciência para resolver todos os seus assuntos entre lençóis. É imperativa, maliciosa e destemida, embora não saiba manejar bem nenhuma arma além dos venenos. Confiante mas realista, teimosa mas esperta o suficiente para conhecer seus limites, Dilara é uma cativante e exótica serpente estrangeira entre as víboras de Dorne.

HISTÓRIA:
Nascida em uma vila pobre nos arredores de Myr, Dilara foi a mais nova de uma casa de oito irmãos. Muitas bocas, pouca comida, mas nada que não fosse perfeitamente contornável pelo patriarca da família, um homem digno e esforçado. Mas nenhum esforço poupou a família da tragédia que se abateu sobre ela quando Dilara completou seis anos de idade. A aparente amizade dos senhores de Myr com as hordas Dothraki estava fragilizada, e a cidade foi atacada na madrugada. Uma destruição sem precedentes, que só acabou quando o grande Khal julgou estar recebendo presentes dignos dele.

Como não tinham outra escolha, os senhores de Myr permitiram que o Khal fizesse seus escravos os capturados ao redor da cidade, entre eles, Dilara. Nesse ponto, toda a sua família havia sido massacrada ou presa pela horda. Foi então que seu martírio começou, mas até do inferno se pode tirar proveito. Era pequena para sua idade, mas os dotraki encontraram um lugar para Dilara quando deixaram Myr. Sua primeira marcha adentrou o continente até Norvos e Qohor, e depois de volta a costa até Pentos. Foram dois longos e sofridos anos entre os Dothraki, e  Dilara conseguiu mais cicatrizes do que gostaria.

Em Pentos, os Dothraki se banquetearam com os Magísters mais importantes da cidade. Foi em uma dessas festividades que o incomum aconteceu. O Khal, satisfeito com os presentes dados pelo Magíster Ytar, resolveu retribuir com algo além da paz, deixando que o homem escolhesse uma entre as escravas do khalassar. Ytar era conhecido pela predileção doentia por jovens, e já contava cerca de quarenta anos de idade. Seus olhos pararam em Dilara, e ela lhe foi entregue.

Tinha então oito anos de idade quando passou a integrar o corpo de criados de Magíster Ytar, em uma grande mansão em Pentos. Inicialmente, ajudava nas tarefas da casa e na cozinha, espionando os filhos do senhor durante as aulas com os preceptores. Era inteligente e absorvia tudo muito rápido, e aprendeu o idioma pentoshi em poucos meses. Aos doze, foi levada à cama do Magíster. Odiava-o com todas as forças, mas não reclamou quando o homem, para agradá-la, deixou que partilhasse da educação que dava aos seus filhos. Durante as aulas, era extremamente feliz. Aprendeu Alto e Baixo Valiriano antes dos quinze anos, era rápida com matemática e história, além de possuir uma caligrafia maravilhosa.

Mas as noites eram terríveis, e mesmo que reconhecesse ter mais sorte que a maioria, continua odiando a posição de concubina de seu senhor. Contudo, os anos de provação haviam lhe dado um talento incomum para a dissimulação. Conseguia contornar a raiva que sentia e se manter próxima até mesmo das esposas de Ytar, que lhe compravam presentes magníficos.

Aos dezessete anos Dialara decidiu que o Magíster já vivera demais. Era idiotice esperar que ele morresse por conta própria, então a jovem decidiu apressar as coisas. Envenenou-o com Lágrimas de Lys, e o viu morrer com um grande sorriso interno. A moça estava acima de qualquer suspeita, afinal, não era a única serva a ser amante de Ytar. O filho mais velho, contudo, nutriu uma suspeita muito fraca contra ela, que foi desencorajada pela mãe e irmãos, mas que não morreu totalmente. De qualquer forma, se Dilara esperava ver sua vida melhorar com a morte do senhor, se enganou. O filho e herdeiro era um homem muito mais vil e tomou-a para si dias depois. Poderia suportar a vida noturna com ele, mas o temperamento do homem durante o dia era o pior possível. Os anos longe dos chicotes dos Dothraki haviam deixado a pele de Dilara mais sensível, e ela nunca lamentou tanto.

Depois de muitos castigos desnecessários, o novo senhor se cansou dela. Durante uma visita do então príncipe herdeiro de Dorne, o filho mais velho a deu de presente ao bom amigo. A moça não era capaz de saber se a mudança seria melhor ou pior, mas não tinha nenhuma escolha. Pelos livros que havia lido, soubera que a escravidão era proibida em Westeros, e não soube dizer o motivo do príncipe a ter aceitado como presente mesmo assim. Talvez o príncipe de Dorne tenha notado as correntes que carregava nos pés ou as marcas roxas em seu rosto, e por piedade, a levou com ele.

Em Dorne, Dilara aprendeu a Língua Comum e ganhou sua liberdade. O príncipe deixou claro que ela poderia partir a qualquer momento, mas Dilara não desejava aquilo. Passou a servir a boa Princesa Loreza como sua aia, e o fez de forma brilhante. Conquistou amigos entre os Martell, os criados e as outras casas vassalas. Sabia ser gentil, espirituosa e era muito inteligente, se adaptando logo ao clima e aos novos senhores. Sentia-se imensamente feliz com a vida nova, mesmo que tivesse de sufocar uma recém-descoberta e avassaladora paixão por seu senhor, Yorick. Tal amor não a impediu de chorar a morte de sua senhora, que partiu de forma precoce. Grato aos serviços de Dilara, Yorick a nomeou Castelã de Lançassolar após a morte da esposa, cargo que ela ocupa até hoje.